SIT - São Luís: Sistema de transporte da Grande Ilha amanhece 100% fora de operação!

Desde as primeiras horas de hoje (17/02), a cidade de São Luís (MA) e sua Região Metropolitana estão com o sistema de transporte coletivo 100% fora de operação devido a uma paralisação dos rodoviários.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (STTREMA), por meio de nota nas redes sociais, afirmou que, após a reunião ocorrida no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na última sexta-feira (14/02), não houve acordo entre trabalhadores e empregadores, apesar dos esforços da Justiça para mediar a situação e evitar que a população ficasse sem transporte coletivo. A categoria reivindica a manutenção de benefícios e o reajuste salarial por meio de uma Convenção Coletiva de Trabalho, com as seguintes demandas:

• Para motoristas que possuem auxílio de cobrador: ticket-alimentação de R$ 1.300,00 e salário de R$ 2.962,25 (reajuste de 15% em relação ao valor atual).

• Para motoristas que realizam dupla função: ticket-alimentação de R$ 1.500,00 e salário de R$ 3.218,75 (reajuste de 25% em relação ao valor atual).
• Para toda a categoria: manutenção do plano de saúde e odontológico com a inclusão de dois dependentes e seguro de vida para motoristas em caso de falecimento, entre outros benefícios.

O Sindicato das Empresas de Transportes de São Luís (SET) havia anunciado, na semana passada, que garantiria a operação de 80% da frota enquanto o impasse com os rodoviários não fosse resolvido, o que não ocorreu. Em comunicado divulgado hoje, o SET lamentou a greve geral dos motoristas e cobradores e afirmou ter buscado, junto ao Ministério Público do Trabalho e ao Tribunal Regional do Trabalho, meios de negociação para viabilizar soluções para ambas as partes.

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, declarou em vídeo nas redes sociais que a paralisação não estaria sendo feita pelos trabalhadores rodoviários, mas sim pelas empresas que operam o sistema, alegando que essa seria uma estratégia recorrente para pressionar o aumento da tarifa, atualmente entre R$ 3,90 e R$ 4,20 no sistema urbano. O gestor também afirmou que foi sugerido um reajuste da passagem para R$ 7,00 e que, ao longo de 2024, os três consórcios e uma viação que operam o sistema – licitado desde 2016 – receberam R$ 89 milhões em subsídios para melhorias no serviço.

Além disso, Braide anunciou que enviará à Câmara Municipal um projeto de lei que autoriza o pagamento de transporte por aplicativo com o valor do subsídio que seria destinado às empresas, enquanto durar a paralisação. O prefeito também afirmou que encaminhará a abertura de um novo processo licitatório para substituir as atuais operadoras do sistema.

Em relação ao sistema semiurbano, a Agência Estadual de Mobilidade Urbana, responsável pelo gerenciamento das linhas que atendem aos municípios de Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, não divulgou um novo comunicado. No entanto, em esclarecimento publicado na última terça-feira (11/02), afirmou que participou ativamente das negociações para evitar a paralisação, chegando a propor um subsídio compensatório à mão de obra dos rodoviários, com base no percentual indicado pelo Sindicato das Empresas. No entanto, a proposta foi rejeitada pelo STTREMA.

Com a frota de ônibus completamente paralisada, quem depende do transporte coletivo para trabalhar, estudar e se deslocar enfrenta dificuldades e precisa recorrer a alternativas mais caras. Mesmo assim, as reclamações sobre a qualidade do serviço continuam, com passageiros apontando problemas como falta de ar-condicionado na frota, superlotação, longas esperas nos pontos e ausência de melhorias, mesmo diante de reajustes tarifários.

Fonte: Transporte em Foco.